Pular para o conteúdo principal

My Way em francês

Um dia um amigo, ao escutar a música "Comme d'Habitude" ("como de costume", em português), exclamou: "Olha ai My Way cantada em francês!". Engraçado né? Falei para ele que na verdade a  canção "My Way" é a "Comme d'Habitude" cantada em inglês, pois o clássico americano é uma versão em inglês, de autoria de Paul Anka, da canção original francesa de autoria do compositor Claude François, em parceria com Jacques Revaux e Gilles Thibaut, de 1967. Em 1968, Frank Sinatra lançou "My Way" e virou um de seus maiores clássicos (embora ele não gostasse dela!) e uma das músicas populares mais gravadas da história.

Letra da original em francês:

Je me lève
Et je te bouscule 
Tu ne te réveilles pas
Comme d'habitude
Sur toi je remonte le drap
J'ai peur que tu aies froid
Comme d'habitude
Ma main caresse tes cheveux
Presque malgré moi
Comme d'habitude
Mais toi tu me tournes le dos
Comme d'habitude
Alors je m'habille très vite
Je sors de la chambre
Comme d'habitude
Tout seul je bois mon café
Je suis en retard
Comme d'habitude
Sans bruit je quitte la maison
Tout est gris dehors
Comme d'habitude
J'ai froid, je relève mon col
Comme d'habitude
Comme d'habitude
Toute la journée
Je vais jouer à faire semblant
Comme d'habitude
Je vais sourire
Comme d'habitude
Je vais même rire
Comme d'habitude
Enfin je vais vivre
Comme d'habitude
Et puis le jour s'en ira
Moi je reviendrai
Comme d'habitude
Tu seras sortie
Et pas encore rentrée
Comme d'habitude
Tout seul j'irai me coucher
Dans ce grand lit froid
Comme d'habitude
Mes larmes, je les cacherai
Comme d'habitude
Comme d'habitude
Même la nuit
Je vais jouer à faire semblant
Comme d'habitude
Tu rentreras
Comme d'habitude
Je t'attendrai
Comme d'habitude
Tu me souriras
Comme d'habitude
Comme d'habitude
Tu te déshabilleras
Comme d'habitude
Tu te coucheras
Comme d'habitude
On s'embrassera
Comme d'habitude


... e em inglês:

And now, the end is near
And so I face the final curtain
My friend, I'll say it clear
I'll state my case, of which I'm certain
I've lived a life that's full
I've traveled each and every highway
But more, much more than this
I did it my way
Regrets, I've had a few
But then again, too few to mention
I did what I had to do
And saw it through without exemption
I planned each charted course
Each careful step along the byway
And more, much more than this
I did it my way
Yes, there were times, I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all, when there was doubt
I ate it up and spit it out
I faced it all and I stood tall
And did it my way
I've loved, I've laughed and cried
I've had my fill my share of losing
And now, as tears subside
I find it all so amusing
To think I did all that
And may I say - not in a shy way
Oh no, oh no, not me
I did it my way
For what is a man, what has he got
If not himself, then he has naught
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneels
The record shows I took the blows
And did it my way
Yes, it was my way


Como vêem, a versão em inglês conservou apenas a melodia, pois o texto é completamente diferente da versão francesa original.

Além de Sinatra, Elvis Presley e Sid Vicious também gravaram "My Way" de forma destacada. A interpretação de Elvis para mim é lindíssima até porque sua voz é celestial. Já Sid Vicious deu um toque punk à canção.

by Elvis:


By Sid Vicious:


Enfim, uma versão em francês muito boa (e bem menos afetada...) de M. Pokora, que descobri ao escrever este post. Ai vai a dica:


O filme

O filme "My Way - O mito além da música" (2012), dirigido por Florent Emilio Sir, conta bem essa história. O título original "Cloclo" refere-se ao apelido carinhoso de François.



O trailer:


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As letras de "Fascinação"

Quem não é fascinado pela canção "Fascinação" (título original "Fascination"). "Fascination" é uma valsa popular, com melodia composta em 1904 por Fermo Dante Marchetti e letra escrita em 1905 por Maurice de Féraudy em francês (letra em inglês de Dick Manning). Foi lançada em 1932. A versão da letra em português que todos nós conhecemos foi escrita em 1943 por Carlos Galhardo e gravada sublimemente pela Elis Regina em seu álbum Falso Brilhante (1976). A versão original da letra em francês é pouquísimo conhecida aqui no Brasil, e no mundo bem menos que a versão em inglês. Escutem-na abaixo com Daniel Plaisir (este nunca tinha tido o "plaisir" de conhecer!): Daniel Plaisir cantando a letra original em francês "Je t’ai reencontrée simplement,  Et tu n’as rien fait pour chercher à me plaire . Je t’aime pourtant, D’un amour ardent, Dont rien, je le sens, ne pourra me défaire. Tu seras toujours mon amante Et je crois à toi comme au b...

As três versões de "O que será" do Chico Buarque

Umas das obras primas do gênio Chico Buarque de Holanda, a música " O que será ", possui três versões, cada uma mais linda que a outra. Você sabia? Lembrava? As três versões são: - Abertura - À flor da pele - À flor da terra Compostas em 1976, foram interpretadas espetacularmente pelas vozes do próprio Chico, Milton Nascimento e Simone, essa cantando como sempre, transbordando sentimento. Abertura E todos os meus nervos estão a rogar E todos os meus órgãos estão a clamar E uma aflição medonha me faz implorar O que não tem vergonha, nem nunca terá O que não tem governo, nem nunca terá O que não tem juízo   O que será que lhe dá O que será meu nego, será que lhe dá Que não lhe dá sossego, será que lhe dá Será que o meu chamego quer me judiar Será que isso são horas de ele vadiar Será que passa fora o resto do dia Será que foi-se embora em má companhia Será que essa criança quer me agoniar Será que não se cansa de desafiar O qu...

60 anos de 64

Neste ano de 2024 assisti e escutei inúmeros vídeos e podcasts sobre a história do golpe militar de 1964 e o período de ditadura que perdurou por 21 anos em nosso país. Vi tanta coisa impressionante, incrível e emocionante que pensei em compartilhar aqui alguns dos conteúdos que vi sobre esse tema, para reforçar essa memória terrível e que nunca mais aconteça novamente. Podcasts Eu só disse o meu nome Em 1973 o estudante Alexandre Vannucchi Leme foi preso pela ditadura militar e levado à sede do DOI-CODI. Em 2024, o retrato de Alexandre estampa os muros da USP e os jornais do movimento estudantil. O que aconteceu entre a prisão de Alexandre e hoje? Como um estudante franzino de Sorocaba se tornou o símbolo de um dos piores momentos dos anos de chumbo e apontou o caminho da luta pela redemocratização? Uma iniciativa do Instituto Vladimir Herzog produzida pela NAV Reportagens e apresentada por Camilo Vannucchi. Vala de Perus Em um buraco escavado nos fundos de um cemitério público, munic...