Me lembro, quando pequeno, do meu pai falando que lia muito em sua juventude romances de capa e espada. Sempre achei interessante esse termo. Assim como ele, também li vários clássicos desse estilo.
O termo "capa e espada" é usado para definir um romance histórico, normalmente ambientado na Europa a partir do final da Renascença entre o iluminismo e as Guerras Napoleônicas, cuja temática se concentra em aventuras e suspense, atribuindo grande importância a duelos de esgrima.
Os primeiros romances de capa e espada foram publicados em folhetins durante o século XIX. Na Renascença, houve um progresso no campo da metalurgia, quando surgiu a rapieira (tipo de espada comprida e fina) como arma, e a ascensão do duelo de honra. As rapieiras possuem lâminas ágeis e flexíveis, capazes de causar graves ferimentos penetrantes, substituindo espadas maiores de épocas anteriores, que dependiam da força bruta.
Esse estilo sofreu influências da comédia de capa e espada, um gênero teatral de originário da Espanha durante o Século de Ouro (século XVII). Nos tempos dos dramaturgos Calderón de la Barca e Félix Lope de Vega, as peças do gênero eram cheias de intrigas e tragédias. Outras influências podem ser encontradas nos contos de cavalaria da Europa Medieval, como as lendas de Robin Hood e o Rei Arthur. Dentre os autores importantes, destaco Walter Scott, Robert Louis Stevenson e Alexandre Dumas.
Os heróis de ''capa e espada'' eram geralmente espadachins exímios e implacáveis, mas também exibidos e orgulhosos. Eram cavalheirescos e possuíam um forte senso de justiça e uma aptidão para apreciar uma luta, além de calma, classe e sagacidade mesmo durante o combate.
Alguns dos grandes clássicos do estilo capa e espada são:
- O ladrão de Bagdá (de autor desconhecido, século IX, publicado no ocidente em 1704)
- Ivanhoé (de Walter Scott, 1820)
- As aventuras de Robin Hood (de Alexandre Dumas, sobre balada medieval, 1872)
- O Prisioneiro de Zenda (de Anthony Hope, 1894)
- A marca do Zorro (de Johnston McCulley, 1919)
- O Escarlate Pimpinela (de Emma Orczy, 1905)
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