Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2014

O crânio e os embaixadores

Os Embaixadores (1533) é uma pintura de Hans Holbein "o Jovem", que encontra-se exposta na Galería Nacional de Londres. Trata-se de um duplo retrato, com vários objetos científicos e matemáticos e um exemplo de anamorfose na pintura. Os embaixadores Na esquerda está Jean de Dinteville, embaixador da França na Inglaterra em 1533.  Na direita encontra-se seu amigo Georges de Selve, bispo de Lavaur, que ocasionalmente foi embaixador da França no Sacro Império Romano-Germánico, na República de Veneza e na Santa Sé. Os objetos científicos e matemáticos Na pintura, se vê vários objetos  científicos e matemáticos, dentre eles, dois globos (um terrestre e um celeste), um quadrante e um torquetum.  Quadrante Torquetum O crânio anamórfico No entanto, o mais notável e famoso objeto retratado na parte central e inferior do quadro é o crânio distorcido em uma perspectiva anamórfica, que só se torna reconhecível quando a ...

Caminho à abstração de Kandinsky

Wassily Kandinsky (1866-1944) foi um artista russo de Moscou, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais. Com Piet Mondrian e Kasimir Malevich, Kandinsky faz parte do "trio sagrado" da abstração.  Kandinsky O caminho ao abstracionismo passou, no entanto, por várias fases e estilos artísticos, do pós-impressionismo à abstração expressionista.  Um de seus primeiros trabalhos: Der Blaue Reiter (1903) As paisagens que Kandinsky pintou em Murnau (cidade da Baviera, Alemanha) entre 1908 e 1909 refletem o florescimento de sua arte e marcam o início de sua jornada pioneira em direç ã o ao abstracionismo. Exemplos abaixo, juntamente com uma de Munique: Munich-Schwabing com a Igreja de Santa Ursula (1908) Murnau, Dorfstrasse (A Village Street) (1908) - está no "The Merzbacher collection", Suiça Murnau - Ansicht mit Burg, Kirche und Eisenbahn (1909) Houses at Murnau (1909) - Art Institute of Chicago...

"Dupla de Dois": Judeus e palestinos em filmes

"Inch 'Allah" e "O filho do outro" são dois filmes que assisti recentemente sobre os conflitos entre judeus e palestinos. Ambos lançados em 2012, mostram diferentes e interessantes situações vivenciadas por pessoas nas fronteiras entre Israel e Palestina. Nos filmes são mostrados relacionamentos entre profissionais, amigos e familiares, deixando claro como é difícil a convivência entre as pessoas dessas duas sociedades e culturas, que habitam esse pedaço do mundo, sempre preste a explodir. Duas bonitas e tensas tramas que nos fazem conhecer mais de perto como vivem judeus e palestinos, nos dois lados do conflito, cada qual com suas verdades e versões da história.   Inch’ Allah Direção: Anaïs Barbeau-Lavalette 2012 Sinopse: Chloe (Evelyne Brochu) é uma médica canadense que vive na Cisjordânia. Ela divide seu tempo entre Ramallah, na Palestina - onde trabalha -, e Jerusalém, em Israel - onde mora -, ao lado de sua amiga, Ava (Sivan Levy), uma soldad...

Poesias desenhadas

Os filmes que esse nipônico senhor faz são poesias desenhadas. Animação com estética de primeira, fantasia, imaginação e criatividade a mil. Hayao Miyazaki (Tóquio, 5 de Janeiro de 1941) é um dos mais famosos e respeitados criadores do cinema de animação japonesa. Seus filmes utilizam temas como a relação da humanidade com a natureza e a tecnologia. Costumam retratar os protagonistas como meninas fortes e independentes ou jovens mulheres. Hayao Miyazaki O filme "Princesa Mononoke" (Mononoke-hime, 1997), por exemplo, mostra a ecologia como plano de fundo para a busca do Príncipe Ashitaka para curar uma maldição que o consome. O filme se tornou a maior bilheteira da história do Japão (faturando o equivalente a US$ 150 milhões), batendo E.T. - O Extraterrestre. Após Mononoke, Hayao Miyazaki anunciou, pela primeira vez, sua aposentadoria, mas o sucesso o chamou de volta para dirigir "A Viagem de Chihiro" (Sen to Chihiro no kamikakushi, 2001), ...

Sophisticated Sir

Edward Kennedy Ellington (1899-1974), o "Duke Ellington",  foi um compositor de jazz, pianista e líder de orquestra estadunidense.  Sua música foi uma das maiores influências na história do jazz. Duke é considerado o maior compositor de jazz americano de todos os tempos. Em sua carreira de mais de 50 anos compôs muito. Tinha uma sonoridade (e postura) sofisticada. Duke capa da Time (1956) Sophisticated Lady, de 1932, traz uma sonoridade super "cool" do jazz de Duke naqueles idos. Escutem com Duke Ellington e sua orquestra em um concerto em Copenhagen com Harry Carney no sax. Agora, Duke com Ella Fitzgerald, uma "Sophisticated Lady", em versão posterior com letra incorporada.     Outra pérola de Duke, com aquela sonoridade com um misto de preguiça e sensualidade, é "Mood Indigo" de 1930. Escute e repare na gravação os estalinhos da poeira do vinil na agulha, que prefiro pensar que ...

Mudança pela música

Projeto musical maravilhoso! Playing for Change ( playingforchange.com ) é o nome dele. Trata-se de um projeto criado em 2002 com o objetivo de unir músicos do mundo inteiro em prol de mudanças globais. Procura inspirar, conectar e trazer a paz para o mundo, por meio da música e seu potencial motivador.   Integra o projeto, a Playing for Change Foundation, uma ONG que tem construído escolas de música em comunidades carentes, mundo afora. O projeto produz discos e vídeos com músicos alguns músicos famosos junto a artistas desconhecidos (muitos deles músicos de rua) de várias partes do mundo, tocando versões de canções conhecidas e composições próprias.   Já foram lançados três DVD´s até o momento (veja mais abaixo). Recomendo assistir a todos sem exceção. É demais!   Vídeo de "Stand by me"    Esse vídeo na Colômbia, acho fenomenal!   Vídeo "La Tierra del Olvido"    DVD´s lançados (até dezembro/2014)...

Uma festa ambulante

“Se você teve a sorte de viver em Paris quando jovem,  sua  presença  continuará  a  acompanhá-lo pelo resto da vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma festa ambulante”.   O livro “Paris é uma Festa” (A Moveable Feast) apresenta as memórias do escritor americano Ernest Hemingway (1899-1961) quando de sua passagem por Paris. Escrita entre 1957 e 1960, a obra só foi publicada três anos após sua morte. O livro cobre o período de 1921 a 1926, durante os loucos, tumultuados e felizes anos 20, quando Hemingway viveu na Cidade Luz.     Em Paris, aos 22 anos, ele lê pela primeira vez clássicos como Tolstói, Dostoievski e Stendhal. Convive com Gertrude Stein, James Joyce, Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald, dentre outras figuras polêmicas e encantadoras para o jovem Hemingway. A cidade e esses “companheiros de viagem” deram-lhe nova dimensão humana e maior sensibilidade para alcançar os seus dois objetivos primordiais na vida: ser um ...