Pular para o conteúdo principal

Pra variar, que tal um Bach?

A música que toca no final (enquanto passam os créditos) do filme polonês "Guerra Fria" de 2018, dirigido por Paweł Pawlikowski é a Ária da obra "Variações de Goldberg (BWV 988)" de Johann Sebastian Bach. Coisa simplesmente belíssima! Principalmente se tocada pelo pianista canadense Glenn Gould (1932-1982). Bom demais, assistir um filme lindo e no final escutar uma música linda não conhecida por mim ainda, numa dupla descoberta.

Bach (1685-1750)

As Variações Goldberg formam um conjunto de variações para cravo. Foram publicadas inicialmente em 1741 como parte da série Clavier-Übung ("Prática do Teclado") de Bach. A obra é considerada um dos mais importantes exemplos da forma variação.
Depois da exposição da ária no começo da peça, surgem 30 variações seguidas pela repetição da ária. As Variações foram escritas, provavelmente, por volta de 1741 para o Conde Hermann Karl von Keyserling. Foram tocadas para o conde por seu jovem e talentoso cravista Johann Gottlieb Goldberg, a quem elas foram, posteriormente, dedicadas.

Compassos iniciais da Ária

Variação no mundo da música é uma técnica formal em que o material é alterado durante várias reiterações com mudanças. As mudanças podem ser harmônicas, melódicas, contrapontísticas, rítmicas e de timbre ou orquestração. Uma variação, também pode ser qualquer modificação feita sobre um tema apresentado. 

Tema com variações' é uma forma musical na qual a ideia musical fundamental (tema) é repetida de forma alterada ou acompanhada de maneira diferente. As variações eram usadas como exercícios para prática de teclados. 


As variações completas, por Glenn Gould, em 1964:


... e só a Ária:


Por fim, assistam ao filme também que é excelente:


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As letras de "Fascinação"

Quem não é fascinado pela canção "Fascinação" (título original "Fascination"). "Fascination" é uma valsa popular, com melodia composta em 1904 por Fermo Dante Marchetti e letra escrita em 1905 por Maurice de Féraudy em francês (letra em inglês de Dick Manning). Foi lançada em 1932. A versão da letra em português que todos nós conhecemos foi escrita em 1943 por Carlos Galhardo e gravada sublimemente pela Elis Regina em seu álbum Falso Brilhante (1976). A versão original da letra em francês é pouquísimo conhecida aqui no Brasil, e no mundo bem menos que a versão em inglês. Escutem-na abaixo com Daniel Plaisir (este nunca tinha tido o "plaisir" de conhecer!): Daniel Plaisir cantando a letra original em francês "Je t’ai reencontrée simplement,  Et tu n’as rien fait pour chercher à me plaire . Je t’aime pourtant, D’un amour ardent, Dont rien, je le sens, ne pourra me défaire. Tu seras toujours mon amante Et je crois à toi comme au b...

As três versões de "O que será" do Chico Buarque

Umas das obras primas do gênio Chico Buarque de Holanda, a música " O que será ", possui três versões, cada uma mais linda que a outra. Você sabia? Lembrava? As três versões são: - Abertura - À flor da pele - À flor da terra Compostas em 1976, foram interpretadas espetacularmente pelas vozes do próprio Chico, Milton Nascimento e Simone, essa cantando como sempre, transbordando sentimento. Abertura E todos os meus nervos estão a rogar E todos os meus órgãos estão a clamar E uma aflição medonha me faz implorar O que não tem vergonha, nem nunca terá O que não tem governo, nem nunca terá O que não tem juízo   O que será que lhe dá O que será meu nego, será que lhe dá Que não lhe dá sossego, será que lhe dá Será que o meu chamego quer me judiar Será que isso são horas de ele vadiar Será que passa fora o resto do dia Será que foi-se embora em má companhia Será que essa criança quer me agoniar Será que não se cansa de desafiar O qu...

60 anos de 64

Neste ano de 2024 assisti e escutei inúmeros vídeos e podcasts sobre a história do golpe militar de 1964 e o período de ditadura que perdurou por 21 anos em nosso país. Vi tanta coisa impressionante, incrível e emocionante que pensei em compartilhar aqui alguns dos conteúdos que vi sobre esse tema, para reforçar essa memória terrível e que nunca mais aconteça novamente. Podcasts Eu só disse o meu nome Em 1973 o estudante Alexandre Vannucchi Leme foi preso pela ditadura militar e levado à sede do DOI-CODI. Em 2024, o retrato de Alexandre estampa os muros da USP e os jornais do movimento estudantil. O que aconteceu entre a prisão de Alexandre e hoje? Como um estudante franzino de Sorocaba se tornou o símbolo de um dos piores momentos dos anos de chumbo e apontou o caminho da luta pela redemocratização? Uma iniciativa do Instituto Vladimir Herzog produzida pela NAV Reportagens e apresentada por Camilo Vannucchi. Vala de Perus Em um buraco escavado nos fundos de um cemitério público, munic...