Duas do Chico,
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque
Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres
Que só dizem sim
Por uma coisa à toa
Uma noitada boa
Um cinema, um botequim
E, se tiveres renda
Aceito uma prenda
Qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim
E eu te farei as vontades
Direi meias verdades
Sempre à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que és o maior e que me possuis
Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte
Te afasta de mim
Pois já não vales nada
És página virada
Descartada do meu folhetim
... e para vê-la:
Sob medida
(Chico Buarque, 1979)
Para o filme República dos Assassinos de Miguel Faria Jr
Se você crê em Deus
Erga as mãos para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto (seu jeito, seu gesto)
Sou perfeita porque
Igualzinha a você
Eu não presto
Eu não presto
Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus
Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus
Uma prece
E agradeça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece
... e ela no palco:
duas divas que cantam
duas lindas canções, claro, em
dois arranjos primorosos, com
duas letras densas, femininas e de relacionamentos fortes sobre
duas mulheres da vida...
duas mulheres da vida...
Duas intérpretes maravilhosas em
duas interpretações de arrebentar e fazer chorar,
uma para uma peça de teatro, outra para um filme
... enfim: duas jóias musicais feitas sob medida para emocionar e durar
Recomendo fortemente escutá-las alto e cantar junto a plenos pulmões! Ai vão:
Folhetim
(Chico Buarque, 1978)Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque
Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres
Que só dizem sim
Por uma coisa à toa
Uma noitada boa
Um cinema, um botequim
E, se tiveres renda
Aceito uma prenda
Qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim
E eu te farei as vontades
Direi meias verdades
Sempre à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que és o maior e que me possuis
Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte
Te afasta de mim
Pois já não vales nada
És página virada
Descartada do meu folhetim
... e para vê-la:
Agora vejam essa coisa curiosa: Gal canta Folhetim em um capítulo da novela Dancing Days de 1978, sob a troca de olhares confusos entre as duas irmãs Júlia (Sônia Braga) e Yolanda (Joana Fomm).
Sob medida
(Chico Buarque, 1979)
Para o filme República dos Assassinos de Miguel Faria Jr
Se você crê em Deus
Erga as mãos para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto (seu jeito, seu gesto)
Sou perfeita porque
Igualzinha a você
Eu não presto
Eu não presto
Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus
Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus
Uma prece
E agradeça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece
... e ela no palco:
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