Pierrô, Colombina e Arlequim.
(Chico Buarque)
1966
Quem é você, adivinha se gosta de mim
Hoje os dois mascarados procuram os seus namorados perguntando assim
Quem é você, diga logo que eu quero saber o seu jogo
Que eu quero morrer no seu bloco, que eu quero me arder no seu fogo
Eu sou seresteiro, poeta e cantor
O meu tempo inteiro só zombo do amor
Eu tenho um pandeiro, só quero um violão
Eu nado em dinheiro, não tenho um tostão
Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar
Eu sou tão menina, meu tempo passou
Eu sou colombina, eu sou pierrô
Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal, deixa a festa acabar, deixa o barco correr
Deixa o dia raiar que hoje eu sou da maneira que vo...cê me quer
O que você pedir eu lhe dou, seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Máscara negra
(Zé Keti e Pereira Matos)
Marcha-rancho gravada para o carnaval de 1967
Quanto riso, oh, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Quanto riso, oh, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Está fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou e te beijou meu amor
A mesma máscara negra
que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Pierrô apaixonado
(Noel Rosa E Heitor Dos Prazeres)
Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando.
Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando.
A colombina entrou num botequim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim.
Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim.
Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando.
Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando.
A colombina entrou num botequim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim.
Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim.
Colombina
(Ed Motta)
Se você voltar pra mim,
Juro para sempre ser arlequimE brincar o carnavalViver uma fantasia real
Sou um triste pierrot mal-amadoMestre-sala desacompanhadoUm bufão no salão a cantar...
Colombina, hey!Seja minha menina, só minhaBailarina, hey!Mandarina da China, rainhaQuero ser seu rei!Um rei momo, sem dono, sem tronoAbram alas pro amor!
Minha vida sem vocêÉ uma canção de amor tão clichêO meu "bem-me-quer" não quisFez de mim um folião infeliz
Sou um triste pierrot mal-amadoMestre-sala desacompanhadoUm bufão no salão a cantar...
Colombina, hey!Seja minha menina, só minhaBailarina, hey!Mandarina da China, rainhaQuero ser seu rei!Um rei momo, sem dono, sem tronoAbram alas pro amor!
São personagens da Commedia dell'Arte, um gênero de teatro popular que surgiu na Itália, no século XVI. Integrantes de uma trama cheia de sátira social, os três papéis representam serviçais envolvidos em um triângulo amoroso: Pierrô ama Colombina, que ama Arlequim, que, por sua vez, também deseja Colombina. A história do trio enamorado sempre foi um autêntico entretenimento popular, de origem influenciada pelas brincadeiras de Carnaval. Apresentadas nas ruas e praças das cidades italianas, as histórias encenadas ironizavam a vida e os costumes dos poderosos de então.
Pierrô
Seu nome original era Pedrolino, mas foi batizado, na França do século XIX, como Pierrot e assim ganhou o mundo. O mais pobre dos personagens serviçais, vestia roupas largas e brancas, feitas de sacos de farinha, tinha o rosto pintado de branco e uma lágrima desenhada abaixo dos olhos. Vivia sofrendo e suspirando de amor pela Colombina, que inevitavelmente lhe parte o coração e o deixa pelo Arlequim. A característica principal do seu comportamento é a sua ingenuidade, e é visto como um bobo, sendo sempre o alvo de partidas, mas mesmo assim continua a confiar nas pessoas. Sua atitude, vestimenta e maquiagem influenciaram todos os palhaços de circo. No entanto, depois Colombina descobre o amor de Pierrô por ela, despede-se de Arlequim e reencontra Pierrô com quem passa a viver junto em um relacionamento com muita felicidade. Pierrô também é apresentado como sendo lunático, distante e inconsciente da realidade. Ele é o protagonista da famosa canção folclórica francesa "Au Clair de la Lune".
"Pierrô branco", de Pierre-Auguste Renoir, 1901.
Arlequim
Sua função no início se restringia a divertir o público durante os intervalos dos espetáculos. Sua importância foi gradativamente afirmando-se e o seu traje, feito de retalhos multicoloridos, geralmente em forma de losango, o destacava mais ainda em cena. Depois de entrar em cena saltitando, deslocava-se pelo palco com passos de dança e um grande repertório de movimentos acrobáticos. Debochado, adorava pregar peças nos outros personagens e depois usava sua agilidade para escapar das confusões criadas. Na Commedia dell'arte, o Arlequim seduz e "rouba" a Colombina do Pierrô.
"Arlequim" de Paul Cezanne, 1888
Picasso pintou vários! Adoro este, já o tive em um poster:
"Arlequim sentado" de Picasso, 1923
Colombina
A Colombina (do italiano colombina, "pombinha") em geral aparece como uma serva ou empregada de alguma dama e é caracterizada como uma moça linda e inteligente, de humor rápido e irônico, sempre envolvida em intrigas e fofocas, apaixonada por Arlequim, e amada em segredo pelo romântico Pierrô. Para despertar o amor do primeiro, a romântica serviçal cantava e dançava graciosamente nos espetáculos
Colombina
Commedia dell'arte
Várias canções brasileiras falam do trio, como por exemplo estas abaixo:
A noite dos mascarados
A commedia dell'arte é uma forma de teatro popular que aparece no século XV, na Itália, e se desenvolve posteriormente na França, permanecendo até o século XVIII. O estilo surgiu como alternativa à chamada Commedia Erudita, de inspiração literária, que apresentava atores falando em latim, naquela época uma língua já inacessível à maioria das pessoas.
Suas apresentações eram realizadas nas ruas e praças públicas. As companhias eram itinerantes e possuíam uma estrutura de esquema familiar. Ao chegarem a cada cidade, pediam permissão para se apresentar nas suas carroças ou em pequenos palcos improvisados. Os atores seguiam apenas um roteiro simplificado e tinham total liberdade para improvisar e interagir com o público. Intriga amorosa e sátira social eram os pratos principais da antiga comédia italiana. Apesar de obedecerem a um enredo predefinido, as peças tinham a improvisação como ingrediente principal, exigindo grande disciplina e talento cômico dos atores, que precisavam responder rapidamente às novas piadas e situações criadas pelo colegas.
Na música popular brasileira:
Personagens da Commedia dell'arte
Várias canções brasileiras falam do trio, como por exemplo estas abaixo:
(Chico Buarque)
1966
Quem é você, adivinha se gosta de mim
Hoje os dois mascarados procuram os seus namorados perguntando assim
Quem é você, diga logo que eu quero saber o seu jogo
Que eu quero morrer no seu bloco, que eu quero me arder no seu fogo
Eu sou seresteiro, poeta e cantor
O meu tempo inteiro só zombo do amor
Eu tenho um pandeiro, só quero um violão
Eu nado em dinheiro, não tenho um tostão
Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar
Eu sou tão menina, meu tempo passou
Eu sou colombina, eu sou pierrô
Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal, deixa a festa acabar, deixa o barco correr
Deixa o dia raiar que hoje eu sou da maneira que vo...cê me quer
O que você pedir eu lhe dou, seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Máscara negra
(Zé Keti e Pereira Matos)
Marcha-rancho gravada para o carnaval de 1967
Quanto riso, oh, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Quanto riso, oh, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Está fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou e te beijou meu amor
A mesma máscara negra
que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Pierrô apaixonado
(Noel Rosa E Heitor Dos Prazeres)
Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando.
Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando.
A colombina entrou num botequim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim.
Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim.
Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando.
Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando.
A colombina entrou num botequim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim.
Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim.
Colombina
(Ed Motta)
Se você voltar pra mim,
Juro para sempre ser arlequimE brincar o carnavalViver uma fantasia real
Sou um triste pierrot mal-amadoMestre-sala desacompanhadoUm bufão no salão a cantar...
Colombina, hey!Seja minha menina, só minhaBailarina, hey!Mandarina da China, rainhaQuero ser seu rei!Um rei momo, sem dono, sem tronoAbram alas pro amor!
Minha vida sem vocêÉ uma canção de amor tão clichêO meu "bem-me-quer" não quisFez de mim um folião infeliz
Sou um triste pierrot mal-amadoMestre-sala desacompanhadoUm bufão no salão a cantar...
Colombina, hey!Seja minha menina, só minhaBailarina, hey!Mandarina da China, rainhaQuero ser seu rei!Um rei momo, sem dono, sem tronoAbram alas pro amor!
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